O mercado sul-americano de eSports
De acordo com a SuperData Research, o setor mundial dos videojogos eleva-se a aproximadamente 105 milhares de milhões de dólares. Mas os videojogos não são apenas um bando de crianças a brincar nos seus quartos, são também e acima de tudo um mercado gigantesco de eSports à escala global. Embora o mercado norte-americano seja o mais forte de todos, o setor dos eSports está cada vez menos focado nele. A América Latina, por exemplo, que representa apenas 4% da audiência global, tem algo a dizer. Isto prova-se devido ao facto de o mercado de desportos eletrónicos da América do Sul ser o mercado em mais rápido crescimento.
A América Latina, um mercado de eSports com grande potencial
A América Latina tem 110 milhões de jogadores em todas as categorias, o que representa um grande potencial para o setor dos eSports. Este continente ainda ocupa o quarto lugar atrás da China, Europa e América do Norte em termos de número de jogadores. Entre os países com maiores quotas de mercado na América do Sul, encontramos o Brasil (30%), seguido pelo México (19%), a Colômbia e a Argentina.
Nestes países tradicionalmente dominados pelo futebol, o desporto eletrónico é o segundo desporto mais popular. Só em 2016, o mercado de videojogos na América Latina cresceu 20%. Grande parte desta dinâmica está nos jogos para dispositivos móveis, com uma taxa de crescimento de 56% ao ano. Além disso, ao contrário de outros mercados emergentes, a América Latina também está a verificar um crescimento nas vendas de consolas, com um aumento nas vendas na ordem dos 9%. Por fim, os jogos mobile e para PC representam cada um 1,4 milhares de milhões de dólares em receitas. Isto mostra todo o potencial deste continente em termos de competições de eSports!
Os eSports ganham força na América do Sul
Tal como a Lyon Gaming, que nada mais é do que a equipa campeã da América Latina de League of Legends e uma das mais apreciadas no panorama internacional, os eSports na América Latina estão em alta. Os patrocinadores estão a lutar para ver o seu logotipo colocado nas camisolas das equipas de eSports mais mediáticas (Kultec, Supermex, Intel, Asus, Arean, etc.).
Além disso, cada vez mais grandes empresas de comunicação social estão a transmitir eventos eSport, tais como a filial argentina da Mediapro - uma organização originária de Espanha - que produz e comercializa os direitos de um dos maiores eventos eSports da América do Sul, a Copa Latinoamérica Sur Clausura. Este torneio foi transmitido no canal codificado ESPN +.
É de notar que se o continente latino-americano quiser alguma vez destronar o seu vizinho do norte, terá ainda de colmatar algumas das suas lacunas. De facto, os revendedores e grossistas nos países sul-americanos recebem frequentemente novos jogos de vídeo com algum atraso, já que a maioria deles não são fabricados no continente. Além disso, muitos dos jogos que são populares nos Estados Unidos não são populares na América Latina. Outro grande problema é o preço dos jogos e consolas de jogos. As lojas de jogos de vídeo têm que repercutir as suas despesas relacionadas com os vários impostos nos preços dos produtos que tentam vender. Por este motivo, vemos variações nos preços dos jogos e consolas que vão de 25% a 250%!
Finalmente, alguns governos na América do Sul têm um forte desrespeito pelo consumismo e veem as tecnologias importadas como uma expressão de monopólio ou de colonização por parte de outros países. Este é particularmente o caso do Equador, da Venezuela e da Bolívia. Mas o mercado sul-americano de eSports tem que acreditar nas suas hipóteses!
